quarta-feira, 30 de abril de 2008

Artesanato

A Arte da Mulher Nordestina

No Nordeste, o artesanato de rendas não é encontrado somente no litoral, mas também no interior. As rendas ali produzidas são de três tipos: bilro, trabalhada com peças de madeira (bilros), alfinetes e espinhos de cactp; labirinto, em que o pano é desfiado, abrindo-se espaços onde se borda a renda (para blusas e vestidos e toalhas de mesa); e por fim o filé, trabalhado sobre uma trama de rede (para toalhas de mesa, colchas, cortinas). O artesanato rendeiro do Nordeste é inteiramente realizado por mulheres, em geral pobres, que moram em casebres nos arredores das cidades. A confecção da renda de bilro, por exemplo, é feita com bilros (fusos) numa almofada dura sobre a qual se fixa em papelão (pique), onde estão reproduzidos, em furinhos, os desenhos que orientam a rendeira, e no qual ela vai prendendo com alfinetes os fios que tece, para formar os desenhos tradicionais. Verdadeira atração turística, as rendeiras do Nordeste trabalham com grande rapidez, auxiliadas por pequenas peças de madeira, produzindo um ruído característico.

Uma Indústria Artesanal
Para alguns, a renda nordestina tem perdido sua delicadeza devido à rapidez com que é feita atualmente. É que esse artesanato das mulheres e filhas de pescadores é fundamental para a economia dessas famílias pobres. As rendeiras trabalham depressa e simplificam as rendas, procurando uma colocação imediata para seus produtos. Geralmente as mulheres vendem suas rendas aos comerciantes, que lhes pagam um preço irrisório. Estes, por sua vez, revendem para os agentes do sul do país - onde se estabeleceram lojas especialmente dedicadas à venda das "rendas do norte" -, que as vendem a preços altíssimos. De certa maneira, todas as regiões rendeiras do Nordeste (Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco) acabaram se tornando grandes subsidiárias das rendas "do Ceará". Mas, de fato, o principal centro da produção de rendas do país continua sendo a cidade cearense de Aracati.

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